O título não é meu, é do jornal Público. Não tenho por hábito copiar notícias mas desta vez atrevo-me a copiar o título. Não fosse a importância da notícia ficaria calado. Não sou propriamente a favor da construção de infra-estruturas por todo o lado, mas esta peca pelo atraso. E pecará se for apenas uma infra-estrutura rodoviária. Dada a dependência energética do país construir mais rodovia é hipotecar o futuro. Tanto se fala em TGV e afins mas quando se fala em tal coisa apenas se pensa em ligar as grandes cidades a Espanha, nunca se fala em levar o comboio onde não chega. As actuais infra-estruturas, salvo excepções, têm pelo menos meio século, pior ainda, grandes parte delas foi encerrada na última década. Seria uma excelente ideia ter uma ligação ferroviária entre o lado norte e o sul da Serra da Estrela, podendo ser uma ligação entre as Linhas da Beira Alta e Beira Baixa ou então algo próximo do Metropolitano. Aliás, se a ideia é desenvolver o turismo da região esta seria a solução mais ecológica e sustentável. Os autarcas da região deveriam aproveitar a oportunidade para se unirem, não sei se será possível obter financiamento através do QREN , seja como for, existem outras possibilidades , importa é que existam união e depois que se estudem as possibilidades. Digo isto mas não acredito que tal se concretize, pois tal carece de um lobby político com sede na região, sabendo nós que esse lobby a existir está mais interessado em tratar de si próprio.
Genericamente foi este o título que fez manchete ontem e continua a fazer hoje para dar conta dos 23 desgraçados detectados ontem na ilha da Culatra, Olhão. Sei que a questão é delicada, não me cabe a mim definir as políticas que regulam os fluxos migratórios, o que me deixa perplexo é o tratamento que a questão tem. São poucos os exemplos que relatam o famoso "salto", sobretudo para França, ou por haver falta de conhecimento, desculpa na qual não acredito, pois essa geração apesar de não ser jovem pode dar o seu testemunho; ou por falta de interesse, ou então de empenho. Não posso de elogiar o Joaquim Furtado pela série da RTP sobre a Guerra de África, faz falta alguém como ele que tenha a coragem de fazer uma série sobre a questão do "salto". Não teremos de ter vergonha do nosso passado, agora, apesar da crise financeira, parece que somos um país de ricos e, devido a tal, queremos esquecer parte da nossa história recente. Aqui a comunicação social, sobretudo a televisão, mas também o cinema, podem desempenhar um papel importante. Não vamos ignorar a nossa história para se tratarem pessoas em iguais condições como criminosos.
Não deixei de comentar este problema, pois faz parte de nós, a nossa terra e a nossa região em tempos viu partir os seus, também eles seguiram caminho em condições perfeitamente miseráveis, mas queriam o melhor para os seus, por isso partiram, quase sempre deixando para trás as esposas, os filhos e os pais. Não vamos pois condenar os outros por quererem seguir os mesmos objectivos, naturalmente que se exige o respeito pelas regras internacionais, mas também se exige o respeito por estas pessoas, que só partem por não terem alternativa nos seus países, maldita globalização.
P.S. Ao contrário de um comentário deixado aqui no blog Espanha não é um bom exemplo, de qualquer forma não adianta apontar o dedo a ninguém, importa é implementar soluções globais que resolvam esta necessidade, pois se a globalização apenas serve para ter produtos baratos, obtidos com suor e sangue sabe-se lá de quem, não serve para nada, está apenas ao serviço de interesses.
Antecipando o reencontro, para muitos em redor da fogueira de Natal, para outros em redor da mesa, para outros ainda, na expectativa de se colocar a conversa em dia, que mais não seja com um aperto de mão e meia de dúzia de palavras, venho antecipar assim os meus VOTOS DE BOM NATAL. Cada vez mais este é um período de mera oportunidade de negócio, não é disso que pretendo falar, penso é que isso não nos deve impede de perpetuar as nossas tradições, embora as ameaças sejam muitas e nem sempre as que se pensam. Por exemplo, se antes usar um pinheiro natural poderia ter benefícios para a floresta, na medida em que ajudava os outros pinheiros a crescer mais desafogados, com a praga dos incêndios usar pinheiros naturais é um crime. O recurso aos pinheiros artificiais não deixa de ser um crime, pois todos sabemos que o seu preço está manchado de sangue. Não quero que pensem que estou a ser dramático, mas o Natal deve servir também para pensar nestas coisas, pois basta de falsa solidariedade. VOTOS DE BOM NATAL e até breve.
Para os visitantes não representa nada mas para mim corresponde a vários anos de trabalho e de dedicação. Não que seja adepto de comemorações, no mesmo dia em 2006 foi apresentada publicamente a plataforma Ecoline ou se lhe quiserem chamar base de conhecimento, pois é disso que se trata. Corresponde a vários anos de recolha de dados e a cerca de 2 anos organização dos conteúdos on-line, sendo que a tarefa levada a cabo não se encontra encerrada, o objectivo é continuar, desde que existam meios. Sem querer fazer qualquer balanço acredito que o nosso contributo no sentido de divulgar junto do grande público informação ambiental foi bastante positivo, mas como digo, a tarefa ainda não terminou.
Quanto a mim, embora pretenda continuar ligado ao Ecoline, esta data tem outro significado para mim, em breve vou dedicar-me em exclusivo (assim obrigam) à pesquisa prevista na minha candidatura a doutoramento, mas isso será o desafio para 2008 e anos seguintes.
Não quero parecer, nem ser, agoirento relativamente ao sussurado regresso do Planalto, não deixo é de manifestar o meu descontentamento pelo facto de, até ao presente, ninguém ter falado comigo. Ao que tudo indica esta é uma intervenção de emergência para não se perder definitivamente o título, todavia, face à participação de longos anos e até à anteproposta para dar sequência ao projecto. acharia bem que alguém tivesse falado comigo. Até porque, embora sempre ocupado, não sou de virar as costas à nossa terra, muito menos ao jornal Planalto, pelo qual sempre me bati.
Naturalmente que defendo a continuidade do jornal, uma vez que tem um espaço próprio, vago e difícil de ocupar. Não quero com isto defender a sua continuidade nos anteriores moldes, quem me conhece sabe que defendo um Planalto mais aberto à sociedade civil e menos fechado na esfera religiosa, se existir coragem para assumir que o facto de ser propriedade da Igreja não equivale a fechar-se sobre si mesmo (ou mesma). Digo isto mas sei que alguns "puristas" defendem um Planalto segundo os estatutos, importa é que se convençam que as sociedades mudam e que o jornal tem um papel absolutamente fundamental no relato e reflexão atempada sobre os processos actuais, só assim se constituirá como documento para as gerações vindouras e como espelho dos processos de mudança.
Faço votos que este seja um motivo para dar real continuidade a esta herança do passado, como é do conhecimento público, aliás com expressão bem presente na dimensão virtual, sempre estive disposto a dar o meu contributo, desde que o meu espírito critico seja visto como vontade em fazer mais e melhor, fora de lutas políticas ou de meros caciquismos que tendem a perpetuar a eventual influência de alguns sobre os outros.