Enquanto não regresso a temas exclusivos da nossa terra creio que não será excessivo voltar a um dos principais temas, talvez mesmo o principal, da agenda mundial. Sendo que é também um dos temas, ou deveria ser, da agenda local - felizmente uma das rádios verdadeiramente locais já se lembrou de trazer o tema ao éter. Falo, claro está, das alterações climáticas. Até a televisão pública prescinde por minutos da luta pelas audiências para apresentar alguns exemplos exemplares, bem como alguns número (Ai Quioto! Ai Quioto!).
Sabem o que é assustador no meio de tudo isto? O país já excedeu em muitos as metas previstas para 2012, o que o obriga a desembolsar (lá vamos pagar todos), mas nada se faz para reverter a situação. Não quero com isto culpar apenas os responsáveis políticos, estamos também perante uma importante expressão de cidadania, mesmo que não se expresse, nesse caso irá expressar através dos euros que o país terá de pagar de multa.
Os exemplos exemplares mostram cidadãos unidos em redor de uma causa, cidadãos que andam a pé, dão o devido destino aos lixos que produzem, usam energias alternativas, plantam árvores para que seja retido o dióxido de carbono… Ah! Sem que seja uma manifestação de nacionalismo devasso têm sido apresentados alguns cálculos interessantes. Não é para me gabar mas é um dos aspectos a que dou toda a atenção. Refiro-me neste caso à ida às compras. Os cálculos apresentados sugerem que se devem comprar produtos nacionais pois os produtos importados são responsáveis por uma importante percentagem de emissões de dióxido de carbono. Seria bom que cada um de nós fizesse esses cálculos em cada ida ao supermercado, creio que seria a melhor expressão de negar a globalização. Ainda não sei porque motivo nada se faz.
E a floresta? Num concelho completamente nu nem uma árvore se planta, nem um gesto, nem uma voz se ergue. Só nos resta pagar caro esta insensatez. Mas haverá dinheiro que pague a saúde do planeta? Não creio, pois se o dinheiro ajuda a curar as nossas maleitas muitas vezes não nos salva, com o planeta o problema é idêntico apenas muda a escala. Nem como uma médica na presidência teremos salvação, caso a receita não seja prescrita a várias mãos.