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Segunda-feira, 20 / 11 / 06

Novos Planaltos II

Podem acusar-me de ser saudosista, seja como for acredito que o Planalto ainda tem o seu espaço próprio, longe de meras lógicas comerciais, o Planalto sempre teve um contributo social importante e se falhou nos últimos anos foi, em parte, porque se dirigiu quase por exclusivo a um público-alvo próximo do papel social da Igreja, facto que, na minha opinião, o afastou da torrente quotidiana de vivências e problemas a que deveria ter dirigido o seu foco, o jornal teria que se abrir à sociedade civil e, ao contrário do que ocorreu, fechar-se na comunidade de crentes. Claro que a ausência de colaboradores e a impossibilidade dos seus dirigentes darem conta de tantos recados foram factores igualmente marcantes, entre muitos outros. Não creio é que o seu papel se tenha esgotado, até porque tinha uma estrutura a funcionar que resultava, apenas não resultava do lado dos conteúdos.

É sempre de saudar a existência de novas vozes, contudo é de estranhar o facto de nunca se terem pronunciado, mesmo assim são de saudar, naturalmente que têm de dar provas, coisa que o Planalto tinha feito, mas são as leis do mercado. Embora ainda não tenha lido, apenas verifiquei o que existe na internet, como leitor aguardo esta nova proposta ou outras que possam vir a surgir.

Serve este texto de comentário ao comentário deixado neste blog e de alongar da reflexão. Veremos se de facto Nelas é um concelho democratizado (leia-se, a viver a sua liberdade), manifesto algum cepticismo, embora desejáveis, estou convencido de que as maiorias e a democracia não se dão bem, sobretudo porque nos falta o que muito se tem falado - democracia participativa. Seja com o Zé Correia ou com a Dr.ª Isaura sempre fui adepto da partilha de decisões. Confio, por norma, nas pessoas; mas desconfio, de forma sistemática, nos aparelhos dos partidos. Digo isto sem qualquer pudor, pois não sou simpatizante de qualquer partido. A liberdade só existe com uma clara abertura dos poderes públicos às populações que servem, o que se passa na prática é que os poderes públicos apenas usam as populações para legitimarem o seu poder pelo voto, deixando no dia seguinte de escutar quem merecia ter palavra. Naturalmente que a questão não se resumo a isto, até porque existem falta de mecanismos de participação, o cidadão só pode intervir se tiver espaço e mecanismos para o fazer, o que acontece em muitas situações é que quem se manifesta contra é olhado de soslaio ou pior ainda.

A terminar esta curta reflexão convém deixar claro que não tenho qualquer interessa em ser contra ou a favor do surgimento d enovas propostas editoriais, por princípio é bom que surjam. A minha vida não passa de momento pelo Folhadal ou por Nelas, embora tenha manifestado o "meu interesse" em colaborar na renovação do Planalto, ainda assim nunca o fiz inserindo essa proposta em algo pessoal, manifestei-me pela sobrevivência do jornal e afirmei que estaria disposto a fazer o que estivesse ao meu alcance, embora com enormes limitações de disponibilidade.

publicado por José às 17:10
Domingo, 19 / 11 / 06

Novos Planaltos?

Acreditando ou nem em coincidências após a suspensão do nosso Planalto parecem agora proliferar pela nossa terra ou em redor destas novos jornais ou velhos jornais adaptados às circunstancias.
Não sei qual o futuro do Planalto, pois de momento até para dormir o tempo é pouco, todavia não deixa de ser espantosa esta proliferar, era bom que no momento certo também se tivessem manifestado. Naturalmente que é bom existirem novas vozes, seja como for o Planalto tem um lugar próprio, embora só faça sentido ressurgir renovado.
publicado por José às 20:23
Segunda-feira, 13 / 11 / 06

Interioridades II

Junto o anterior fim-de-semana no distrito de Setúbal em trabalho e este fim-de-semana com uma ida rápida à nossa terra e confirmo um facto preocupante: em muitos locais do país é comum encontrarem-se à venda produtos, sobretudo alimentares, da região. Na nossa terra e na nossa região pouco se vê de produtos locais, exceptuando o caso do vinho. O que vejo de outros terras é que as batatas, as cebolas, as maçãs, as laranjas, quase tudo ainda é produzido e comercializado localmente. Bem sei que na nossa terra ainda muitas pessoas se dedicam à agricultura e consomem o que produzem, todavia, a onda de supermercados que varreu a região alterou completamente os hábitos de consumo, convencendo-se alguns que ter 2 ou 3 ou mais supermercados ao dispor isso é por si só sinónimo de qualidade de vida. Aliás, parte do problema está aí, qualidade de vida por ser sinónimo de ter poder de compra, mas não se deve confundir com o mero acesso à sociedade de consumo, pois a qualidade de vida não se atinge por vida do consumo sem regras, mas através de boas práticas de consumo. Inevitavelmente o consumo (ligado a outras questões , obviamente) repercute-se na actividade produtiva, sendo ela pouco onerosa e sem estatuto social.
publicado por José às 19:23
Segunda-feira, 06 / 11 / 06

Interioridades I

Como disse em referência anterior estive este fim-de-semana em trabalho intensivo e em isolamento quase completo, nessa caminhada não deixo de fazer uma breve referência uma algo que vi e me impressionou. Estive num dos concelhos litorais do Alentejo, pertencente ao distrito de Setúbal, ao entrar numa frutaria reparei num dístico na porta. "Aceita-se cartão de idoso". Perante tal dístico procurei encontrar o com "Aceita-se cartão jovem", todavia foi algo que não vi. Naturalmente que a especificidade do estabelecimento tem o seu peso, mas isso não pode deixar de ser um motivo para se não se reflectir sobre o envelhecimento da população portuguesa, sobretudo na faixa dita interior, tendo em conta que o litoral gera maior atracção ao possuir melhores infra-estruturas.
publicado por José às 23:45
Segunda-feira, 06 / 11 / 06

Manifesto de pesar

Após um fim-de-semana alargado de isolamento a trabalhar em equipa chego a Lisboa e ligo para a família, nesse momento recebi a triste notícia de suicídio de uma senhora na nossa terra. Não sei o que pensam as outras pessoas sobre a questão, mas para mim é um momento de uma dor que se arrasta por muitos anos, quer para os parentes mais próximos, quer para vizinhos e amigos, bem como população em geral. Felizmente trata-se de um acontecimento raro no nosso concelho, até mesmo no país, exceptuando como sabem o caso do Alentejo. Na nossa terra situações como esta são mencionadas quase sempre como longínquas e mesmo nessas circunstâncias são como que expressão da solidariedade de um povo pelos seus num momento de profunda dor.

Se é verdade que a morte de alguém é de um sofrimento sem igual, sobretudo alguém muito próximo, a morte assim artificializada não tem caracterização possível, não tem voz nem choro que a expresse. Não tendo meio de expressar esse sentimento não deixo de o referir, pois trata-se de um sofrimento tão forte que não deve ser escondido, deve ser prevenido, embora na maior parte das situações não tenha causas objectivas.  Embora estas palavras me custem muito, achei que as deveria manifestar publicamente. Da forma possível deixo um pouco da minha solidariedade à família e ao povo.

 

publicado por José às 10:54
Blog do Folhadal e de todo o concelho de Nelas

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