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Segunda-feira, 30 / 01 / 06

Vamos acreditar

Segundo percebi de uma reportagem televisiva a decisão final sobre o encerramento do SAP de Nelas e de serviços semelhantes e diversos Centros de Saúde da região ainda não foi tomada. Após visita à região o ministro afirmou que os papeis estão em cima da mesa e que em face deles e das realidades locais iria tomar uma decisão (podem não ter sido estas as palavras que usou mas penso não estarem longe). Para já é bom que assim seja, pois existem outras realidades para além dos números, sei que o país atravessa um período delicado, todavia, esta tendência para retirar às populações do interior os serviços mínimos a que tem direito irá ter efeitos extremamente penosos a breve prazo. Desde logofomentando, a concentração da população no litoral, em detrimento do interior, o que resulta, por um lado, no abandono desse interior, ou pelo menos na degradação da qualidade de vida de quem fica; por outro lado; aumentando os problemas do litoral, com destaque para o desordenamento do território, a criminalidade, a exclusão de uma parte substancial da população, aqui sobretudo causada pela falta saturação ao nível da procura de emprego, etc. etc., a lista é infindável.
Parece claro que um desenvolvimento harmonioso do país permitirá melhor pensar o país numa perspectiva de médio-longo prazo.
publicado por José às 10:03
Sexta-feira, 27 / 01 / 06

Ausência quase forçada

Peço desculpa aos visitantes, mas ultimamente não tenho feito grandes actualizações. A falta de tempo neste momento é o principal motivo, ao que se juntou uma semana de recuperação face a uma indisposição súbita (talvez reflexo do processo eleitoral, coincidente pelo menos foi), tudo isso, acrescentando o facto de não ter oportunidade de agora ir à nossa terra. Relativamente ao nosso Planalto tenho um tema ou outro previsto para publicação, um deles, pelo menos, está concluído, outro é daqueles temas que não têm data marcada, faz sentido em praticamente qualquer altura, podem até surgir outros temas, pois o que está em causa não é de todo marcado pelo tempo.
Tudo isto para dizer que ando por aqui e que a actualização do blog não está esquecida.
publicado por José às 14:31
Segunda-feira, 16 / 01 / 06

Vamos eleger quem e para que cargo?

Tenho evitado tecer comentários ao processo eleitoral em curso (atenção que não é o PREC), todavia penso que quase na véspera do processo eleitoral é fundamental levantar duas importantes questões: Vamos eleger quem e para que cargo? E digo isto porque a campanha eleitoral tem deambulado entre desafios eleitorais mais próximos de eleições legislativas e entre a luta por mais votos entre diversos partidos, sobretudo entre dois deles, que medem forças para evitar no futuro perderem os já famosos 5% de votos que lhe permitem receber financiamento do Estado. Estas são as eleições onde a demagogia espera obter votos, contando com a falta de memória dos eleitores e com o desconheciemnto do papel do Presidente da República. Aliás, visto assim o papel do Presidente o melhor é alterar-se a Constituição logo que possível, pois das duas três: ou o Presidente deixa de ser necessário ou o Governo é uma extensão da Presidência. Imaginem o quanto se pouparia, se despedem trabalhadores para poupar nas despesas...
Esta é a minha opinião face ao decorrer da campanha, contudo não é por isso que vou votar, pelo contrário, é por tudo isto e muito mais que deveremos ir votar. Mais ainda, seja qual for o vencedor deveria alcançar a vitória apenas na segunda volta, de outra forma a democracria de que se fala nem é participativa nem é, em concreto, meritocracia, é uma construção mediática. Não quero com isto dizer para votatrem neste ou naquele candidato, sei que o leque de opções é muito reduzido, o que coloca problemas a todos, mas mesmo assim devem votar.
publicado por José às 09:35
Quinta-feira, 05 / 01 / 06

ETAR do Folhadal – O merecido agradecimento (in Planalto Janeiro de 2006)

Como se fosse uma prenda de Natal tivemos a prova de que, de facto, parecem soprar ventos de mudança no nosso concelho, ainda que exemplos destes sejam de evitar no futuro.
Em nome das gentes do nosso Folhadal queremos com estas palavras manifestar aqui o nosso profundo agradecimento à Sr.ª Presidente da Câmara Municipal de Nelas, Dr.ª Isaura Pedro, pela sua intervenção na questão da ETAR. Tal como a própria referiu em carta enviada como resposta ao nosso apelo: dando “ordens aos Serviços de Obras para procederem ao prolongamento do colector de saída da ETAR ao longo do ribeiro, para que a descarga nesta linha de água se faça o mais afastado possível dos terrenos cultivados”.
Fica aqui o merecido elogio público e fica bem patente que as decisões do passado poderiam ter sido outras, bastava ter existido vontade de diálogo.

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Da parte da população fica bem claro que não podemos continuar a zelar apenas pelo nosso pedaço de terreno, é chegado o momento de se perceber que determinadas decisões dizem respeito a todos, sobretudo decisões que colocam em risco o que é de todos por herança dos nossos antepassados.
Se o poder político deu uma prova que está interessado na nossa participação não vamos fazer de conta que não é connosco, é igualmente chegado o momento de se reconhecer que muita da mudança a levar a cabo na nossa terra depende em muito de nós.

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Maria Eugénia / José Gomes Ferreira
publicado por José às 09:15
Quinta-feira, 05 / 01 / 06

Novos ventos sopram no terreiro (in Planalto Janeiro de 2006)

Novos ventos sopram no terreiro, levando à sua frente a poeira dos tempos e a passividade dos momentos. Para trás fica a teimosia e a ausência, como se as memórias fossem mais do que oratória ou nostalgia, fossem o espelho da nossa matriz cultural, autocrática e sem grandes revelações. Para a frente está a esperança e a incerteza, como se o amanhã fosse um sorriso, por vezes desfeito pela desilusão, o mesmo é dizer, como se uma máxima fosse uma sentença. Basta de saudosismos e basta desta espera pelo salvador feito homem, como mera exibição de um lamento generalizado. É chegado o momento de se concluir, nem que seja tarde, que as principais mudanças, pelo menos aquelas que criam raízes, começam por nós. Deveremos olhar em frente. É tempo de se alimentar o orgulho de ser português, não como mera reivindicação de obra feita mas, isso sim, como participantes num colectivo que é a comunidade, o concelho, o país.
Amainando o vento teremos tempo para olhar para trás e escrever a nossa história. Nessa altura talvez se aceite que as sociedades têm os seus protagonistas, preferidos pelo povo quando estão na ribalta e preteridos quando a permanência significa desgaste. Nessa altura talvez se constate que não existem heróis entre os homens, apenas personalidades marcantes e cidadãos comuns, e que ambos são válidos no processo democrático, embora com papéis distintos, mas sem que qualquer um deles seja um mero figurante.
Serve este prólogo para antecipar uma breve reflexão crítica sobre o ano 2005 e sobre algumas das potenciais expectativas para 2006. Parece-me ser consensual que, em particular ao nível do concelho, o ano findo marcará de forma singular os anos seguintes, perante a alteração dos protagonistas políticos locais. Uma alteração, estou convicto, que não aconteceu por mero acaso, terá tido diversas causas – para além do arranjo eleitoral com Canas. Acredito que as elites locais teriam elas a seu tempo desviado silenciosamente o sentido da sua influência para outros domínios, outras personalidades, eventualmente outras convicções. Ora, uma certeza temos desde já, esse desvio marcou o processo eleitoral e marcará os próximos anos. Um desvio que até se entende, dado o notório desgaste dos outrora eleitos, e até como resposta à radicalização e autismo praticados pelos menos durante a última década. Tal postura ficou expressa exactamente nessa divergência com as gentes de Canas de Senhorim e através de diversas decisões unilaterais em construir ou destruir o que sempre foi património comum, sem um claro argumento de utilidade pública. Predominando aqui vários exemplos do que parecem ter sido tentativas de ficar para a posteridade um vasto espólio de obras de regime, de funcionalidade discutível.
A luta política, no que tem de poderoso e de motor da mudança, parece querer dar um ar da sua graça neste contexto de transição, deixando acreditar que existe outro caminho, mesmo para os que não fazem derivar as suas convicções de cumplicidades partidárias, como é o meu caso. A esperança renasce, enérgica e catalisadora de empatias e certamente de repulsas, esses são aliás alguns dos seus atributos. Em boa verdade o espaço público político não assume a sua glória se for mera pose ou mero local de discurso, tem de ser também um lugar dos que sabem ouvir e dos que se querem fazer entender, mesmo que para tal os eleitos tenham de venerar os deuses e expulsar os demónios dos pequeninos – sem que cheguem ao ponto de abdicarem dos seus princípios, não se trata aqui de ninguém vender a alma a ninguém, apenas de se colocar no lugar de outrem para que entenda as suas angústias e expectativas. Isso sim, é a política em todo o seu esplendor, com essa outra particularidade surge assente em decisões que a todos interessam e implica o envolvimento de todos. Contrariamente, não é política a mera simulação da discussão participada, com raízes bem profundas no saber ser português.
Convém salientar de que quando falo em envolvimento de todas as pessoas, ou em participação nos processos de tomada de decisão, quero mesmo dizer todos os cidadãos. Nessa qualidade de cidadãos somos todos iguais perante o Estado e perante os nossos semelhantes, ainda que depois as estratégias de dominação ou a mera vaidade pessoal se sobreponham a esse princípio básico de igualdade. Em jeito de parênteses, não posso deixar de manifestar o meu desagrado face a determinadas mordomias. Refiro-me aqui, diria com todas as letras, ao tratamento por títulos de doutores ou engenheiros, mesmo para aqueles que não exercem e mesmo que exerçam é nos respectivos empregos e não na relação com um igual na esfera pública. Esse tratamento apenas tenta legitimar estratégias de dominação, pois na prática quase somente os cargos políticos são adequados a títulos, o que nem sempre passa pela referência a qualquer canudo, mas sim a uma determinada função ou cargo público.
Este é o pano de fundo do país, ao qual o nosso concelho não está a salvo, somos basicamente reprodutores de lógicas já gastas um pouco por todo lado. Como se a vida em comunidade, com as suas regras e instituições, fosse um fardo, sem deixar de ser uma pedra basilar da própria existência enquanto cidadãos, a maioria dos quais com causas próprias, mas sem deixarem de viver esse sentido de comunidade. É através deste equacionar da influência de diversos grupos de pressão, quer promotores de novas práticas, quer fazendo tudo por tudo para manterem um aparente estatuto, que reúno mais motivos para deixar esta breve reflexão.
A minha intervenção em 2005, à semelhança dos registos em anos anteriores, incidiu em muito sobre esse quase determinismo da obra sem função e da obra com função mas sem discussão pública. Ao mesmo tempo que procurei trazer à agenda mediática diversas outras matérias normalmente residuais, com o objectivo de as ver consolidar na agenda pública política, quer junto dos poderes públicos, quer junto da população. Aliás, mais do que procurar influenciar ou notar a intervenção dos poderes públicos, o objectivo da minha exposição pública através do Planalto passa por suscitar junto das populações esse sentimento da necessidade de serem elas a cuidar em primeira instância da herança dos antepassados. Só tomando consciência dessa necessidade teremos consciência de que podemos e deveremos dar um importante contributo na esfera política, nomeadamente, participar e ser auscultados no processo de tomada de uma qualquer decisão que nos afecte, fazendo-a depender da nossa opinião.
Mas se, por um lado, faltam dispositivos formais que permitam a participação das populações, sem esquecer depois a boa vontade dos eleitos; por outro lado, é desmotivante o virar de costas dessas mesmas populações face ao que é do seu interesse, habituadas que estão em falarem sem intervirem. Sou mesmo levado a afirmar que continuamos indiferentes e nem do que é do interesse colectivo cuidamos, grande parte das vezes nem do que é propriedade individual. Assim muito menos do que é património comum. Sobre este último aspecto basta lembrar o drama dos incêndios que sazonalmente nos colocam em risco e ao meio natural que nos envolve, sendo praticamente inaceitáveis os custos colectivos face ao que é suposto ser propriedade privada, defendida como se fosse do interesse comum.
Ainda relativamente à mobilização das populações ou à falta dela, pois é dela que aqui se fala, se foi verdade que uma decisão como a do corte dos pinheiros da Mata do General, culminando na destruição desta, indignou toda a gente; também foi verdade que uma decisão como a de localizar perto de elementos de interesse colectivo a Estação de Tratamento de Águas Residuais, destinada a tratar os esgotos do nosso Folhadal, não mereceu sequer uma conversa de café, pelo menos em tempo útil. Ainda que a seu tempo eu próprio tenha deixado uma advertência e tenha apelado ao bom senso dos decisores.
Acredito que esta postura continuará a marcar 2006 e os anos seguintes. Em causa está um aspecto importante – a proximidade ou afastamento das populações face aos problemas. Na prática, proximidade tomada aqui como familiaridade com esses problemas, responsável efectivamente pela mobilização das populações. No reverso, afastamento é sinónimo de indiferença. Este aspecto não se separa de um outro mais estruturante, que passo a explicar. Muitos são os que reivindicam um Estado forte e capaz de decidir por eles, chegando ao ridículo de proclamarem o regresso a tempos idos; sendo que curiosamente alimentam aqui um estranho paradoxo: defendem um Estado paternalista, que as salve e que por elas decida, ao mesmo tempo que anseiam por um país moderno.
Praticamente a terminar este meu artigo peço aos leitores habituados a lerem os meus registos, mais concretos e expostos numa linguagem mais simples, que entendam a necessidade desta reflexão mais abrangente. Até por respeito a esses mesmos leitores, tenho privilegiado os registos meramente descritivos, em detrimento de uma qualquer ensaísta, que tem lugares próprios para acontecer. Mas é um facto que não bastam comentários de circunstância, por vezes importa que se promova e desperte, em nós e nos outros, alguma reflexão crítica. Que mais não seja a mudança do ano velho para o ano novo impulsiona este tipo de reflexão, embora não seja motivo suficiente. Seja qual for o formato, apesar das críticas que se possam fazer ao nosso Planalto, algumas delas naturalmente legítimas, outras não, este continua a ser a nossa referência, o espaço da nossa identidade e o receptáculo esquecido, mas vivo, que testemunha o quotidiano das nossas gentes e a sua história. A terminar deixo expressos a todos leitores e suas famílias os meus votos de BOM ANO de 2006.

José Gomes Ferreira
publicado por José às 09:10
Segunda-feira, 02 / 01 / 06

Ofensas ao natural

Se as fotografias anteriores podem ser de algo bom, ainda que não se saiba ao certo, esta outra representa no imediato a nossa atitude para com a natureza. Não podia deixar de apresentar uma mancha na nossa cidadania, aliás já o fiz outras vezes, não entendo é como é possível este desprezo pela natureza e por todos.
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publicado por José às 11:13
Segunda-feira, 02 / 01 / 06

Esquilos na nossa terra?

Estas fotografias foram tiradas no último dia de 2005 nas proximidades da Urgeiriça. Como muitos sabem gosto de andar de bicicleta, não é por não ter carro mas por prazer, aqui por Lisboa respirar ar puro não é propriamente uma constante, além disso passar o dia a olhar para um monitor sem fazer exercício físico não é bom para ninguém. Por tudo isso e porque me permite reviver cada local de sempre adoro andar de bicicleta por essas bandas.
No dia em referência pedalei num excelente caminho que existe entre Nelas e a Urgeiriça, tão bom que deveria ser uma ciclobia, bastariam umas placas de aviso, contando sobretudo com o risco de incêndio no verão, espero que não, pois é das poucas áreas ainda com floresta no concelho. A determinada altura da viagem deparei-me com um esquilo, coisa estranha na nossa terra, da forma possível saquei da máquina e tirei as fotografias possíveis.

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Penso que os esquilos não são da nossa região, não sei é como vieram cá parar, pois ao que parece não é apenas na Urgeiriça que se podem ver, várias pessoas me disseram que no Folhadal também já foram vistos vários.
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publicado por José às 10:38
Blog do Folhadal e de todo o concelho de Nelas

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