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Quarta-feira, 18 / 05 / 05

Finalmente

Após as minhas palavras no nosso Planalto sobre o estado de abandono do antigo tanque público situado na desiganada estrada velha do Folhada, junto à Quinta Agrícola, as silvas e tudo mais deram lugar a algo mais digo como se pode ver.
Em nome do povo agradeço aos autarcas, pena é que tenha sido "por aviso" e não como uma tarefa corrente, mas ainda estão a tempo de mudar as práticas.
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P.S. Infelizmente o blog não anda com "muito boa cara", anda um pouco instável, de momento não tenho tempo para me dedicar a ele, ficará para outra oportunidade, talvez mesmo só no verão. O ideal seria transformar o blog numa página mas não faço a minima ideia se é possível.
publicado por José às 09:40
Terça-feira, 10 / 05 / 05

Separar é que está a dar (in Planalto, Maio de 2005)

Por diversas vezes tenho adiado a concretização de um artigo sobre a questão do lixo que se produz todos os dias no nosso concelho. Decidi agora avançar nesse propósito, por considerar estarem reunidas diversas condições. De novo a questão da mudança política iniciada recentemente no país e o facto deste ser um ano de eleições autárquicas. Além do mais esta é uma daquelas questões que não se podem adiar mais, correndo o risco do país e do planeta vir a pagar cara essa factura. Em contexto local é, igualmente, motivo maior para escrever um artigo a ideia muitas vezes anunciada de melhoria da qualidade de vida e das condições ambientais do concelho, esquecendo a falta de envolvimento directo das populações nos processos de tomada de decisão, uma tarefa somente alcançada caso estas sejam devidamente esclarecidas sobre os modos da sua participação e sobre a importância dessa participação.
Especificamente quanto à questão dos resíduos – entenda-se por resíduos os designados resíduos sólidos urbanos – o objectivo a cumprir neste caso deverá passar pela realização de campanhas de informação junto das populações, tanto dirigidas a determinado estrato, como abrangendo e envolvendo quanto mais pessoas melhor. Estas campanhas devem ter em conta, primeiro, a necessidade de se reduzir a quantidade de resíduos produzidos e, segundo, a necessidade da separação destes resíduos. No caso destes últimos tendo presente que cada tipo de resíduo possui a respectiva tecnologia de tratamento e pode ter diversos destinos, sem esquecer que a tarefa principal passa inevitavelmente pela concretização da designada Política dos 3R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar). Uma política dos 3R’s em que cada um de nós se vê directamente envolvido, tanto mais que somos nós os produtores de tanto lixo e só nós poderemos dar um contributo gigantesco na execução de todo o processo.
Como se percebe, o fim do processo da política dos 3R’s é a reciclagem. Essa reciclagem resultará ainda melhor se cada um contribuir através da separação dos diversos lixos pelos respectivos contentores. O fim de linha desta política passa, nomeadamente, pela deposição em aterro dos resíduos ou mesmo pela sua incineração numa central construída ou adaptada para o efeito. É esse, por norma, o destino actual de grande parte dos resíduos urbanos ditos banais ou indiferenciados, ainda que existam igualmente outras soluções, como é o caso da compostagem. Quanto a este artigo, por agora centro-me apenas no papel que a população pode desempenhar em todo o processo ao separar o seu lixo e ao colocá-lo no respectivo contentor do Ecoponto existente próximo de si.

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Pois é inadmissível que as populações continuem de costas voltadas para a questão dos lixos (e para muitas outras) como se não fosse da sua responsabilidade. Por vezes argumentando, dando-se a esse luxo, que pagam o suficiente de impostos e que por isso o seu contributo termina por aí. Estão profundamente enganadas se assim pensam. Separar devidamente o lixo produzido é uma responsabilidade a que cada um de nós não se pode furtar. Até porque, pensando bem, separar os lixos pode ser benéfico para o país e para o concelho, por um lado, implicará menos custos na tarefa de separação a posteriori e, por outro lado, com os lixos separados será mais fácil aplicar as respectivas tecnologias de tratamento e, se possível, a valorização destes resíduos. Um facto parece-me incontestável, quanto mais se poupar através da valorização dos lixos menos matéria-prima (ou mesmo produtos acabados) será necessário importar. Assim, ganha o país, ganha o concelho e ganhamos todos nós. Mas tem mais ainda, é certo e sabido que o sector dos resíduos é um dos sectores que mais gera emprego. Sem querer demonstrar qualquer manifestação de arrogância não deixo de afirmar que apenas a ignorância não deixa ver o potencial que os resíduos representam. Ainda estamos todos a tempo de mudar, pois este é o momento mais do que certo para cada um de nós dar o seu pequeno contributo, se ainda não o faz. Este é o momento para uma mudança de atitude e de práticas.
Relativamente ao concelho de Nelas, como penso que é do conhecimento público, os resíduos por todos nós produzidos são recolhidos e tratados pela Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão (AMRPB), da qual fazem parte 19 concelhos da região. Os últimos dados a que tive acesso apontam para uma recolha de 146 mil toneladas por ano de resíduos sólidos urbanos na área da Associação. A AMRPB tem na sua área de intervenção 1309 Ecopontos constituídos, normalmente, por 3 contentores – um azul (papelão), um verde (vidrão) e um amarelo (“embalão”, por se destinar às embalagens) – em alguns casos existe ainda o tão falado pilhão. Sendo que 68 destes 1309 Ecopontos estão colocados no concelho de Nelas, dois dos quais na nossa aldeia. De referir, também, que para lixos em grandes quantidades ou para segmentos de resíduos que não se ajustem aos Ecopontos o concelho possui ainda um Ecocentro no parque industrial a oeste da vila.

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No caso concreto do nosso Folhadal, infelizmente nele não existe qualquer pilhão (pelo menos que eu tenha visto) e o modelo de contentores a que temos direito parece ser pouco convidativo, depois acontece o que as imagens demonstram. Reparei que, no caso das embalagens, algumas delas não entram no respectivo contentor, daí que muitas pessoas optem por as deixar em cima do respectivo contentor, pelo menos até este transbordar, pois nessa altura o destino mais certo parece ser a via pública. No caso da vila de Nelas, não sei se em todos os locais, o modelo de Ecoponto parece ser mais ajustado.
A seguir tentarei de forma esquemática apresentar a distribuição dos resíduos pelos diversos contentores, de acordo com os critérios usados pela AMRPB. Refiro-me apenas aos que se podem inserir em cada contentor. Naturalmente que os resíduos ditos de banais vão para o caixote do lixo normal, embora no país se comece a assistir já à separação de resíduos orgânicos.

Que resíduos devem ser colocados em cada contentor?
COR DO CONTENTOR / QUE RESÍDUOS SE PODEM COLOCAR

AZUL Papel, cartão liso e ondulado, jornais e revistas, papel de embrulho, livros e catálogos, sacos de papel, caixas de cartão e embalagens de cartão complexo (tetrapack) – ou seja, os pacotes de leite ou equivalentes, devidamente lavados e espalmados

AMARELO Garrafas, garrafões, frascos, grades e sacos de plástico, esferovite limpa, latas de bebidas, conserva e aerossóis, tabuleiros de alumínio e outras embalagens de metal – também, sempre que possível, as embalagens devem ser lavadas e espalmadas

VERDE Garrafas, garrafões, boiões, frascos de vidro vazios e sem tampa.

Pilhão Pilhas diversas

Termino este meu artigo com uma justificada nota sobre a questão das fontes de informação a que recorri. Inicialmente pensei em inserir diversos dados estatísticos sobre a recolha, selectiva e indiferenciada, ao nível do concelho e da região, na sua distribuição por anos, mas logo esbarrei com as formalidades do costume. Como o meu tempo também não é muito apresento apenas as informações que constam nos sítios da Internet da Câmara Municipal de Nelas (www.cm-nelas.pt) e da Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão (www.amr-planaltobeirao.pt). Não pensem que pedi informações do outro mundo, genericamente gostaria de saber qual a relação entre o eventual aumento do número de Ecopontos desde que foi criada a Associação e as quantidades de resíduos recolhidos (de recolha selectiva e banal). Um conjunto de dados que seria do interesse de todos estar disponível na Internet: ao público em geral para que seja informado, às entidades gestoras porque comprovariam o seu desempenho ao longo dos últimos anos e dos futuros. Pela minha parte deixo este breve contributo.

José Gomes Ferreira
publicado por José às 09:56
Blog do Folhadal e de todo o concelho de Nelas

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