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Quinta-feira, 24 / 02 / 05

Lugares a cuidar

Tenho apresentado diversos lugares ou apenas património a cuidar na nossa terra. desta vez apresento a bomba de água existente logo a seguir à Capela, quem vai para o Picoto. Outrora eram sobretudo uma mina de água onde se descia por umas escadas para se ir buscar a água. Ao nível da rua ainda hoje existe, embora em muito mau estado, um bebedouro para os animais.

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Na altura os impulsionares da mudança falavam em melhorias, a única coisa que mudou foi a segurança, pois assim o risco de cair pelas escadas abaixo não existe. Mudança de facto não tem ocorrido, a bomba quase é utilizada e o local está como as imagens documentam, ou seja, a precisar de um arranjo. Nunca se sabe quando poderemos vir a necessitar daquela água, mas para tal tem tudo de esatr a funcionar bem e em condições próprias de higiene.
publicado por José às 17:55
Quinta-feira, 24 / 02 / 05

Vamos lutar contra a localização da ETAR (in Planalto Fevereiro de 2005, sem foto)

Nos últimos dias têm chegado a mim, quer através do blog que na Internet dedico ao Folhadal, sobretudo agora que está mais atractivo, quer pessoalmente, diversas preocupações quanto à mais que provável construção de uma Estação de Tratamento de Esgotos demasiado perto das habitações. Tinha prometido a mim mesmo que este ano iria limitar a minha participação neste nosso Planalto, por um lado, porque profissionalmente será um ano repleto de actividades; por outro lado, porque não me quero envolver em polémicas desnecessárias, sobretudo num ano de eleições autárquicas. Como todos sabem não me interessa a luta política. Apenas me interessa a defesa da comunidade, dos seus valores e cultura ancestral, bem como do meio natural que a envolve. É para cumprir o sentido dessas minhas causas que deixo aqui as presentes palavras.
Advirto, desde já, que esta como outras causas não deve em momento algum ser somente minha, se assim for o meu esforço fracassa, pois um dos seus principais objectivos é despertar os leitores para a necessidade de cuidarem do que é seu como um todo. Chegou o momento de em conjunto se defender o que é nosso, colocando de lado as disputas individuais. Sei que muitos de vós são ligados ao seu pedaço de terra, ora, sem colocar em causa esse seu pedaço de terra, importa que cada um se preocupe também com o que é de todos. Assim seremos muitos a cuidar do que é nosso. De outra forma um dia poderá ser tarde e este exemplo da construção da Estação de Tratamento de Esgotos é um exemplo marcante: se persistir a indiferença brevemente nos daremos conta do nosso desleixo. Sem querer ser alarmista, nessa altura, se o mau cheiro tornar pestilento o ar que se respira ou se as ratazanas invadirem as nossas casas, será demasiado tarde, apesar das garantias dadas.
Convém esclarecer que em momento algum me manifesto contra a construção de tal estrutura, na verdade será talvez uma mais valia para a nossa terra, colocando um ponto final nos esgotos a céu aberto Maninho abaixo, desde o histórico episódio das manilhas partidas. Como digo, não sou contra essa construção, espero que nenhum dos leitores o seja. Sou, isso sim, contra a sua construção tão próxima das habitações e numa zona propícia à expansão do Folhadal, uma vez que “destino” de Nelas rapidamente se vai esgotar. Em resumo, construa-se a ETAR sim, mas umas centenas de metros abaixo. E se o problema para a sua localização mais abaixo for o eterno problema do dinheiro deixo uma sugestão que pode ajudar: o povo que faça um peditório. Sim, um peditório. Seríamos pelo menos originais, iríamos lutar pela defesa dos nossos interesses de uma forma bastante construtiva. Ainda que provavelmente o dinheiro angariado fosse pouco mostraria que o povo deseja participar nas decisões sobre o seu futuro próximo.
A prevista localização lá para os lados da Freixieira / Lapa ignora a importância do local na história da nossa terra. É um lugar cheio de vida e de pessoas ao longo dos séculos na sua azáfama diária. Curiosamente no Inverno era o local para onde as mulheres em família se dirigiam para lavarem as tripas dos porcos após todo o ritual da matança do porco. Se o Inverno surge fortemente associado ao reforço dos laços familiares, o Verão naquele local surge ligado ao uso ancestral da água e à sua partilha comunitária, dada a riqueza dos solos anexos e dada a abundância de água, que bem partilhada tem chegado para todos. A abundância da água era tanta (e continua a ser) que servia não apenas para regar as batatas ou o milho, como também para as mulheres lavarem a roupa da família, roupa que depois secaria nas pedras soltas e pequenas eiras existentes no local. De forma singular o local surge, assim, grandemente associado ao mundo das mulheres, mas também dos filhos pequenos, dos mais velhos, mas também da roupa dos homens e do pão que depois comeriam à mesa com a família reunida.



Todo esse monumento vivo em homenagem a todos quantos fizeram esta terra vai perder-se para dar lugar a uma imundice (ainda que necessária). Estranho postal ilustrado este que preparam para a nossa terra. Ainda tenho esperança num volte face na decisão da autarquia, mas para que tal aconteça teremos de agir rapidamente. Ao que parece as obras estão já em curso, pelo menos as obras dos “emissários” (não sei se é o nome dado) secundários. A fotografia apresenta as obras em curso na Rua da Fontanheira. Num eventual compasso de espera poderiam calcetar a referida rua, bem precisa.
Como acima refiro, a população tem aqui uma oportunidade única para mostrar que está unida, deixando as tricas pessoais de lado. Pois é o futuro da nossa terra que está em jogo. E não digam os mais velhos que não irá ser já no seu tempo, irá sim, com toda a certeza, pois mais dia, menos dia, a Estação de Tratamento de esgotos estará a funcionar, como digo, nessa altura será demasiado tarde. Peço aos poderes públicos para que não esqueçam de ouvir os interessados, os quais, não são apenas os proprietários. Ouvir os interessados é ouvir o povo, pois a decisão a tomar vai afectar a população por inteiro e não apenas os proprietários. Este é o tipo de decisões que deveria merecer uma audição alargada da população, penso que as instalações da Associação seriam o local ideal para tal se concretizar, basta que a autarquia manifeste interesse em debater a questão com a população antes de assumir que a decisão está de uma vez por todas tomada.
Termino aqui o breve apelo que lanço à população e aos poderes públicos. Aos primeiros peço-lhes para defenderem os seus interesses; aos segundos peço-lhes para não decidirem sem escutarem o que os primeiros têm para dizer. Acredito que assim se alcançará um compromisso capaz de trazer benefícios a todos, no presente e no futuro, até porque tem a potencialidade de abrir uma porta para o diálogo entre ambos. Como cidadão é isso que espero e é por essa causa que deixo aqui o meu modesto contributo num processo que deve ser de todos.

José Gomes Ferreira

Adenda ao artigo: Pela minha parte escrevi estas palavras e estou disposto a lutar junta da população por uma outra localização da ETAR, espero é que a população mostre algum interesse, sobre o qual tenho infelizmente muitas dúvidas que venha a acontecer. É bom que se tenha a noção que um dia será demasiado tarde para protestar, agora é o momento certo, tenham a noção disso.
publicado por José às 10:10
Domingo, 20 / 02 / 05

Património em estado de abandono

Infelizmente o nosso concelho tem postais ilustrados que pouco ou nada trazem de novo. A primeira foto já foi apresentada em artigo anterior publicado no nosso Planalto. Diz respeito ao estado de abandono a que chegou o edificio do antigo Ciclo Preparatório, ao que parece ainda nenhum comprador o adquiriu, daria um espaço excelente para o verdadeiro Museu Municipal.


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Esta outra imagem é também de uma antiga escola, desta vez primária, localizada em tempos idos no nosso Folhadal. Embora sendo propriedade privada merecia a sua transformação em algo de realmente positivo para a terra e para os proprietários.

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Infelizmente os maus exemplos não são apenas nossos, um exemplo nacional de perfeito abandono está no nosso concelho vizinho. Um património que não vale apenas só por si mas por quem nele habitou, nada mais nada menos o Cônsul português em Bordéus, que contra as ordens de Salazar, salvou milhares de judeus do extermínio nazi – Aristides de Sousa Mendes.

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Quem visitar Nelas, junto à Estação, o Folhadal, na Encosta para o lado do Mondego (antes do Picoto) e Cabanas de Viriato vai inevitavelmente deparar-se com estas tristes imagens.

publicado por José às 12:35
Sexta-feira, 18 / 02 / 05

... O Mondego a teus pés

Tal como diz a letra, ignorada pelas novas gerações, pois os famosos bailes no Salão do Folhadal são agora algo de antiquado, o Mondego corre mesmo aos pés do nosso Folhadal.

Folhadal
Que lindo és
Com o Mondego
Mesmo a teus pés


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Neste caso fotografia exibe o trecho do Mondego relativo à velha ponte das Caldas da Felqueira.
publicado por José às 13:58
Segunda-feira, 14 / 02 / 05

Zé-povinho ou Zé Canas?

Este fim-de-semana penso que ninguém terá ficado indiferente a mais uma manifestação dos habitantes junto ao Palácio de Belém. Com as razões que já são do conhecimento público levaram consigo um dos carros alegóricos do Carnaval de Canas, onde se podia ver uma imagem do famoso Zé-povinho e uma outra que representava o Presidente da República.

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Como é do conhecimento de todos, a união que caracteriza este movimento é algo que me cativa, embora discorde em parte da sua luta. Desta vez temos de reconhecer que o Movimento para a Restauração do Concelho de Canas de Senhorim se deixou adormecer pelo embalo da pré-campanha e campanha eleitoral. Não entendo, nem aceito, o facto das populações estarem a ser levadas para questões marginais. Entendo alguma da culpabilização do Dr. Jorge Sampaio, todavia isso deveriam ser águas passadas. Não me parece claro que as populações percebam que no momento quem pode voltar a decidir sobre Canas são os partidos políticos.
O momento político seria o ideal, mas seja porque motivo for o Movimento bate na mesma tecla. Lamento mas assim vai acabar por se esgotar, isto tudo porque parece ficar claro que a luta é, também, entre os partidos que disputam o poder no concelho, encabeçado pelo Presidente da Câmara de Nelas e pelo Presidente da Junta de Freguesia de Canas de Senhorim. Colocada a questão a este nível quem irá perder são as populações, até porque se inviabiliza o diálogo. Nada tenho contra o Movimento, apenas acho que estão a escolher o alvo errado, numa altura em que seria importante afinarem estratégias...

publicado por José às 10:46
Terça-feira, 08 / 02 / 05

Carnaval na região

A imagem que fica do Carnaval de Canas é mesmo a que aqui apresento, sobretudo por recuperar um lado quase perdido na folia nacional - a espontaneidade- pois é tudo muito produzido e com pouco efeito. Nota positiva também para a música, que no Carnaval de Canas é ainda portuguesa

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Relativamente a Nelas infelizmente não tive oportunidade de asssitir a todo o desfile, em grande parte porque o corso de Canas parecia não ter um percurso do conhecimento público, notei alguma confusão. Quando cheguei a Nelas estava a desfile a terminar, tirei esta foto do Bairro da Igreja pelo lado tradicional dos desfiles de Carnaval – brejeiro sem ser jocoso.

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Já fora do concelho, porventura o Carnaval mais genuinamente português, o Carnaval de Cabanas de Viriato, designado “Dança dos cus”, uma valsa em que praticamente todos participam.

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Um Carnaval de expressão popular em que o povo se desprende de qualquer estatuto e participa. Um excelente cartaz turístico da localidade.

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publicado por José às 12:57
Quarta-feira, 02 / 02 / 05

Sinais de fumo

Infelizmente para quem nos visita esta é a imagem da nossa sede de concelho. Um bilhete postal ilustrado com as cores do "progresso". Um progresso que deveria ser sustentável, deveria ser capaz de desenvolver a capacidade económica local sem assustar que seja os valores naturais e ambientais, bem como, sem deixar no ar qualquer receio relativamente aos possíveis efeitos nocivos na saúde pública. Só assim poderemos falar na ideia de progresso, de outra forma vivermos uma Revolução Industrial tardia, com tudo o que de negativo acarretou.


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Se assim é para quem nos visita, quais os reais efeitos sobre as populações vizinhas? Sei que esta unidade industrial também dá o pão a muito gente, contudo as populações devem estar informadas sobre os efeitos da libertação de produtos para a atmosfera. Pessoalmente temo por todos, ainda que alguns me possam achar de fanático das causas ambientais, só o fechar dos olhos aos problemas permite tirar tais conclusões, até porque as imagens só por si pronunciam algum risco, resta-nos saber que tipo de risco e quais os efeitos nas populações. Informar parece ser a palavra de ordem, mas essa tarefa só valerá a pena se as pessoas a reconhecerem como importante.


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publicado por José às 11:20
Blog do Folhadal e de todo o concelho de Nelas

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