As boas condições climáticas desta estação do ano levam o nosso povo a sair à rua. O aumento gradual da temperatura do ar e o aumento do número de horas com sol são propícios à fruição e ao lazer. O povo sai à rua não porque proteste, mas por pura alegria no contacto com os campos, ruas, avenidas, ou simples lugares. E por satisfação em partilhar cada passeio de início de noite com familiares e amigos. É aproveitando estas condições e estas novas práticas que aqui deixo breves palavras sobre as condições de segurança, sobretudo para os peões, das nossas principais vias de comunicação.
Seguindo o impulso dos últimos anos o povo deixa o conforto do sofá e sai para a rua para cuidar de si e sentir cada momento. A estrada Folhadal-Nelas (e vice-versa) tem até aqui gerado maior atracção, podendo optar-se pela estrada antiga ou pela nova. Mas nem tudo é perfeito, como já fiz referência vezes sem conta, a estrada nova do Folhadal, ou seja, a Av.ª António Monteiro, numa parte do seu percurso não oferece qualquer segurança, pelo simples facto do projecto da via não ter contemplado qualquer passeio, de um lado ou de outro, concretamente na rotunda junto aos eucaliptos. Como sabem, esta é uma situação que se arrasta, mas que importa corrigir, pois tem aumentado de ano para ano o número destes caminhantes nocturnos. O mesmo se passa na estrada do Folhadal no percurso entre o cemitério e o Cabeço, em que a falta de passeio, associada à necessidade de se ver transformada a estrada numa rua com as devidas condições, constituem situações de elevado risco. É um facto que, sem a melhoria destes dois troços, é enorme o risco de todos aqueles que no início da noite enfrentam a estrada.
A acrescentar ao tradicional percurso este ano temos mais um possível, com a vantagem de não ser uma via rodoviária mas um caminho rural. Refiro-me ao caminho do Carvalhinho, principalmente depois da beneficiação a que foi sujeito: foi dotado de iluminação pública. Pena é que esta beneficiação não chegue à Estrada da Felgueira, pelo menos desde o cemitério até ao limite da nossa terra. Da forma que se apresenta não serve em segurança os automobilistas, muito menos os caminhantes. Ora, uma vez que não se trata, em boa verdade, de uma estrada normal, mas de uma via urbana, deveria ser dotada de iluminação. Sem iluminação é difícil a quem não conhece, se vindo da Felgueira, conseguir acertar com a entrada na nossa terra.
Estou perfeitamente consciente de que a iluminação pública constitui um pesado encargo para as autarquias, todavia, tem benefícios para as populações que não se medem por cifrões. Tão importante como os indicadores económicos é o usufruto que cada um pode ter da sua terra e a satisfação que tem ao faze-lo. Especificamente quanto às caminhadas, é notório o seu benefício para a população e representa uma mudança importante de práticas que importa incentivar e assegurar. Um desafio que lanço à autarquia e às forças de segurança locais.
Não deixo de incluir neste breve artigo duas situações similares que importa corrigir. A primeira delas diz respeito ao estado de profunda degradação da estrada junto ao rio Mondego. Nem serve com dignidade eventuais deslocações dos bombeiros ao local, nem está ao serviço do turismo, com as termas das Caldas da Felgueira ali tão perto deveria oferecer outras condições. Tal como se apresenta é bem capaz de envergonhar os empresários locais. Deixando de lado as questões do traçado, é notória a ausência de uma verdadeira camada de alcatrão e a total ausência de sinais de trânsito. Mas é pena, pois esta via tem um potencial enorme para a região.
A outra situação similar tem ainda a ver com a construção da via de “substituição” do apeadeiro. Meses após a sua construção permanecem no local pelo menos dois poços sem qualquer vedação, ambos praticamente em cima do caminho, o que constitui um risco para peões, automobilistas e até animais. E se acontece uma tragédia, quem assume a responsabilidade? Se é certo que todos os poços devem estar devidamente vedados, também é certo que o rasgar daquela via deixou a descoberto estes poços.


José Gomes Ferreira
publicado por José às 12:42