Não assumo o título como mera provocação, nesse caso tomado no sentido de vir a gerar novos contributos, tomo-o como referência ao momento. Relembre-se que a fala por vezes se toma como interdita, pelo menos quando tomada no seu sentido mais nobre, i. e., numa perspectiva crítica ou se quisermos, como expressão de cultura cultivada. Diluo aqui o confronto e a passividade, a letargia que nos deixa amorfos quando deveríamos reagir, o que nos interdita de escrutinar as oportunidades e contribuir para a mudança.

Vem tudo isto a propósito do PEEC (processo eleitoral em curso), mas que se pode aproveitar reavaliar outros campos sociais, políticos, económicos, culturais... Escuso-me a apresentar exemplos, pois têm sido constantemente agendados em vários registos, no entanto não deixo de manifestar a minha preocupação pelo não feito, pelas meras promessas de ocasião, paralelamente a uma ausência de mobilização cívica, que demove uns e transforme os poucos activos em desordeiros. Não é este o país democrático dos nossos sonhos, nem deveria ser esta a herança a legar, dissolvida no receio do confronto de opiniões  e no prazer pelo estado moribundo em que nos colocamos, apenas rebatido pelo bate boca em relação à vida alheia ou por esse traço singular que é o desdém.

publicado por José às 22:58