Após um fim-de-semana alargado de isolamento a trabalhar em equipa chego a Lisboa e ligo para a família, nesse momento recebi a triste notícia de suicídio de uma senhora na nossa terra. Não sei o que pensam as outras pessoas sobre a questão, mas para mim é um momento de uma dor que se arrasta por muitos anos, quer para os parentes mais próximos, quer para vizinhos e amigos, bem como população em geral. Felizmente trata-se de um acontecimento raro no nosso concelho, até mesmo no país, exceptuando como sabem o caso do Alentejo. Na nossa terra situações como esta são mencionadas quase sempre como longínquas e mesmo nessas circunstâncias são como que expressão da solidariedade de um povo pelos seus num momento de profunda dor.

Se é verdade que a morte de alguém é de um sofrimento sem igual, sobretudo alguém muito próximo, a morte assim artificializada não tem caracterização possível, não tem voz nem choro que a expresse. Não tendo meio de expressar esse sentimento não deixo de o referir, pois trata-se de um sofrimento tão forte que não deve ser escondido, deve ser prevenido, embora na maior parte das situações não tenha causas objectivas.  Embora estas palavras me custem muito, achei que as deveria manifestar publicamente. Da forma possível deixo um pouco da minha solidariedade à família e ao povo.

 

publicado por José às 10:54