Infelizmente a placa não é legível quanto desejaria, mas quem quiser confirmar os dados o melhor será parar por segundos no largo D. Dinis, ela lá está, esquecida mas lá está. O referido largo não lhe faz as devidas honras mas não é por isso que a nossa história deve ser esquecida. Aliás, para que a memória seja reactivada escrevo estas palavras e insiro esta imagem, para que pelo menos 722 anos de história mereçam a devida recompensa - sejam recordados e deixados às gerações seguintes.
Se esta é apenas uma placa evocativa a nossa terra tem muito para cuidar e mostrar. Ao longo de vários anos tenho por diversos meios divulgar o que temos e lembrar a todos que a sua protecção apenas depende de nós. Em traços gerais relembro o pelourinho, a Igreja de Nossa Senhora da Tosse (anteriormente capela), as sepulturas antropomórficas, a anta ou dólmen e o esquecido Buraco da Moira, tentei antes do verão redescobri-lo mas foi impossível, pois o mato é tanto que exige uma intervenção para o efeito, isto só para lembrar alguns exemplos.
Perdeu-se um pouco da história do Vale do Gato com a venda das pedras das casas que outrora foram pedras de uma estalagem de apoio à rota do sal que vinha dos armazéns no Carregal do Sal e depois era distribuído em todo o planalto e na Serra da Estrela. Faz-nos falta o levantamento de todo esse património, pelo menos um levantamento concertado. Do mesmo modo, faz falta um levantamento de todo o património oral, mas aqui já se perdeu quase tudo com a morte das pessoas. É esse o caso da lenda do Buraco da Moira, mas também das cantigas que acompanhavam as culturas e as festas pagãs.