Com o fim das transmissões do campeonato da Europa de futebol, coincidência ou não, regressam gradualmente os incêndios um pouco por todo o país. Este ano, segundo foi anunciado, os meios de combate foram reforçados, por um lado ainda bem, pois importa ter meios para conter as chamas. Por outro lado, por sinal o mais importante, continua a não existir uma política preventiva.

A floresta, à semelhança do mar, é uma das nossas maiores "riquezas" ou pelo menos era, pois os incêndios, o nematodo do pinheiro, a incúria, o virar de costas por parte de todos, entre vários outros motivos, colocam em risco a floresta nacional. Isto para não falar na plantação de espécies não originárias, como destaque para o eucalipto.

Temos todos um papel absolutamente fundamental, não apenas quanto à defesa da floresta mas, também à sua exploração enquanto recurso natural. Desde o cidadão anónimo, que pode evitar a propagação das chamas, ao cidadão pequeno proprietário, às autarquias, ao Estado no seu todo, a floresta é nossa responsabilidade. Os últimos anos demonstram que as políticas "impostas de cima para baixo" não resultam. Para que resultem devem envolver, em primeiro lugar, os próprios organismos da administração público e, em segundo lugar, todos os parceiros da sociedade civil directa ou indirectamente envolvidos. Creio que, quanto a esta matéria, as autarquias, incluindo as Juntas de Freguesia, têm um papel absolutamente fundamental, são a instâncias com maior proximidade relativamente ao cidadão e, por esse motivo, com maior capacidade de influência directa sobre os cidadãos, desde que a floresta seja encarada como um desígnio nacional. Mas não são as únicas instâncias com capacidade de influência, até a Igreja pode assumir este e outros problemas terrenos como uma causa sua, embora com um papel distinto das autarquias, neste caso apenas como mobilizador.

publicado por José às 21:01