Ontem fiz questão de remontar as imagens do BTT em formato vídeo para reforçar o sucesso da iniciativa e, honra lhe seja feita, da organização. Mas após intensa divulgação insistir nesse facto sugere que algo poderá não ter corrido bem. Na verdade a organização correu bem, o que não correu bem foi a divisão dos despojos, pois, tal como o título sugere, alguém de forma oportunista apossou-se dos lucros da iniciativa sem sequer dar uma palavrinha aos restantes.
Podem os leitores advertir que se trata de um problema interno do Sport Lisboa e Nelas e à primeira vista assim parece ser, todavia não deixa de ser um desvio do dinheiro de uma actividade para outra, é tudo futebol futebol, o país parece cego. Mas a questão não é só essa e resume-se no seguinte:
“Em Nelas havia um grupo de pessoas que gostavam, principalmente aos fins-de-semana, de dar umas voltas de bicicleta. A este grupo, foi feito um convite para se associarem a um  Clube de Futebol. Sport Lisboa e Nelas. Era mais fácil, porque assim activavam o núcleo de ciclismo do clube que estava inactivo à muitas décadas (…)”. Feitas as contas, o núcleo de ciclismo do clube é constituído por elementos convidados, o que pressupõe que gozam de alguma autonomia dentro do clube. Mas se tal não bastasse, numa reunião em que estiveram presentes cerca de 50% dos praticantes de BTT, ficou “acordado” “com o sr. Cavaca e Fernando Alexandre, que os lucros que houvesse nos eventos organizados pelo BTT, seriam repartidos. 30% para o BTT e 70% para o Sport Lisboa e Nelas – Futebol”.
Para agilizar o processo, quando foi realizado o evento (Passeio e Maratona), foi aberta uma conta na Caixa Agrícola de Nelas, para serem feitas as transferências das inscrições e os depósitos dos cheques dos patrocinadores. “Esta conta foi  aberta em dois nomes. Sr. Cavaca e João Rijo. Era uma conta conjunta em que eram necessárias 2 assinaturas”. Realizada a Maratona e o Passeio, na segunda-feira, dia 10 de Setembro, o Sr. Rijo e o Sr. Valério depositam na referida conta os valores resultantes do evento. Três dias depois, quinta-feira, o Sr. Rijo vai à Caixa Agrícola de Nelas e solicita um extracto da conta, nessa altura, de forma surpreendente, verifica que os lucros do sucesso e do suor da organização das duas provas de BTT tinham sido “transferidos da conta, para a conta do Futebol”, sem que ninguém tivesse falado com ninguém relativamente a este desvio. Posteriormente, segundo o que me foi dito, a Direcção do Sport de Lisboa e Nelas, na pessoa do Sr. Cavaca, quando interpelado sobre o acontecido, respondeu “que não tinha nada que falar, uma vez que o dinheiro era do Clube”. Esquivando-se depois às tentativas para marcar uma reunião solicitada pelos organizadores das provas de BTT.
Note-se que a questão do dinheiro era secundária para a organziação do evento, "ninguém estava a contar com o dinheiro para nada mas ficava bem ao sr. Cavaca pelo menos ter falado com as pessoas e explicar que precisava do dinheiro (...).
A pedido da organização da 1ª Maratona e Passeio de BTT deixo estas palavras, convicto de que podem contribuir para que seja reposta a verdade dos factos, ou seja, para que seja respeitado o acordo entre as partes. Acredito que esta intervenção e o contributo da Sra. Presidente da Câmara, que, segundo sei, está ao corrente do problema, podem trazer o que faltava ao processo – pressão pública perante tamanha afronta – e evitar que episódios destes se repitam. Não vamos deixar que a organização seja vexada, nem que as expectativas dos participantes e dos patrocinadores sejam goradas.
Convém frisar que apesar de usar estas palavras não me quero colocar contra ou a favor de alguém, apenas reproduzo dados que me foram revelados. Contudo, acredito que após algum fervor inicial tudo se resolverá, é essencial que assim seja, pois será importante o contributo das partes na organização da 2.ª Maratona e Passeio de BTT. Não vamos pensar que podemos passar uns sem os outros, é um facto que é possível organizar a segunda prova sem o contributo do Sport de Lisboa e Nelas, todavia quando se tratar de fazer mais pelo nosso concelho teremos de pensar em unir esforços e evitar episódios escandalosos como este, sendo certo que o futebol tem o seu espaço próprio e o clube deve pensar se quer ou não apoiar outras actividades, sem esperar ser apoiado por estas.
publicado por José às 21:34