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Segunda-feira, 30 / 10 / 06

História da Linha da Beira Alta

Apesar de estar completamente absorvido por trabalho não quero deixar de inserir umas notas sobre as Comemorações dos 150 anos do Caminho-de-ferro em Portugal. Reproduzo a partir do site da CP (www.cp.pt) algumas etapas da Linha da Beira Alta, adiciono algumas das fotos que tirei ao longo dos últimos anos. Naturalmente que o título é exagerado, pois apenas menciono alguns momentos históricos da Linha da Beira Alta.

"1876 - Concurso para construção do Caminho-de-ferro das Beiras e Algarve 
   
Abertura de concurso para a construção das Linhas da Beira Alta, Beira Baixa e Algarve
 
1882 – Inauguração oficial da Linha da Beira Alta
A concessão da Linha da Beira Alta foi atribuída à Société Financiére de Paris, pelo contrato de 3.08.1878 (Pampilhosa à Fronteira e Ramal de Coimbra). Esta fundou uma sociedade anónima, a Companhia dos Caminhos-de-ferro Portugueses da Beira Alta, cujos Estatutos foram aprovados pelo alvará de 08.01.1879.
Em 03.09.1879 foi aprovado o novo contrato com a Companhia da Beira Alta, para construção e exploração do CF de Pampilhosa à Figueira da Foz.
1887 - Inauguração SUD Express Lisboa/Paris 
  
Inauguração do “Sud- Express”, comboio de luxo, com carruagens cama e restaurante, primeira ligação rápida entre Inglaterra, França, Espanha e Portugal.
Julho de 1895, o “Sud-Express” passa a circular na Linha da Beira Alta. e em 1900, altera o percurso passando a circular por Salamanca, concluindo-se a ligação Salamanca – Portugal.
Na foto pode ver-se uma composição do Sud Express com tracção diesel na linha da Beira Alta.
1917 - Invenções ferroviárias 
   
Experiências de novas chaminés para as locomotiva - inventos dos Engenheiros Ventura da Silva e Ernesto Rocha, dos caminhos-de-ferro do Sul e Sueste, no Barreiro - fundamentais para evitar os incêndios provocados pelo consumo de lenha devido à escassez do carvão durante a I Guerra Mundial.
Redução da circulação de comboios nas Linhas da CP, Sul e Sueste e Beira Alta devido à escassez de carvão.
1930 - Plano Geral da Rede Ferroviária 
   
Aprovação do Plano Geral da Rede Ferroviária.
Assinatura do contrato de trespasse para a CP da exploração da Linha da Beira Alta.
 
1946 - Concentração da exploração ferroviária 
  
Escritura da transferência da concessão das Companhias da Beira Alta, Nacional e do Vale do Vouga para a CP.
 
1953 - Comboio “Foguete” – viagem inaugural 
  
É adjudicada à firma alemã Fried Krupp Stahlban Rheinhausen a renovação das pontes metálicas da Beira Alta."

Para todos nós que sempre tivemos o comboio como uma presença quotidiana não poderemos deixar de evocar o apeadeiro do nosso Folhadal.

Do mesmo modo, não poderemos esquecer a importância que o caminho-de-ferro teve no passado no desenvolvimento da região, sobretudo ligado ao fomento industrial. Por sua vez, hoje em dia, praticamente apenas transporte passageiros, lá vai o tempo em que se corria à Estação para comprar a sardinha fresca que vinha da Figueira da Foz.
publicado por José às 19:14
Quarta-feira, 25 / 10 / 06

Breve pausa

Por razões que em breve todos podem conhecer, nas quais investi 7 anos da minha, obviamente integrado numa equipa, farei uma pequena pausa no blog. Mas sempre que tal se justifique adicionarei novos textos e novos motivos para levar o nome da nossa terra aos vários continentes onde se fala a nossa língua.

Estarei por aqui,apenas tem sido impossível ir à nossa terra e assim será nos próximos 2 meses, ao que tudo indica. Trata-se apenas de uma pausa para café, na verdade muito café e poucas pausas.

publicado por José às 00:18
Segunda-feira, 16 / 10 / 06

"Município de Nelas – Origens e Evolução..."

Somente no início de Setembro descobri que foi publicado pela autarquia mais um livro sobre a nossa terra, na altura enviei mesmo um e-mail, do qual ainda não obtive resposta mais de um mês depois. Refiro-me ao livro “Município de Nelas – Origens e Evolução (Dos princípios do séc. XIX à Revolução de 1974)”, editado pela Câmara Municipal de Nelas e da autoria do agora mestre Carlos Mota Veiga, apresentado no dia 24 de Junho de 2006, no Auditório do Edifício Multiusos em Nelas. Quase diria, dão-se alvíssaras a quem o encontrar.
Da minha parte reconheço que de momento não tenho qualquer disponibilidade para estar na nossa terra, nem ao fim-de-semana. Todavia, como parece óbvio, tudo o que é nosso deveria merecer uma atenção especial e não ficar-se por uma mera cerimónia.
publicado por José às 09:43
Terça-feira, 10 / 10 / 06

O fim das vindimas

Tentei encontrar dados de suporte ao problema que quero colocar mas sobre esta matéria não é fácil, não porque os dados não existam, mas pelo simples facto do ritmo da natureza ter influência na questão - falo da produção de vinho na nossa terra, com colheitas diferentes todos os anos, o que baralha a abordagem. Poderia seguir os dados do INE sobre a população que se dedica à agricultura, mas penso que numa terra como a nossa são pouco consistentes, pelo simples facto de não existir monocultura da vinha, mas uma diversidade de culturas de tal ordem que coloca quem se dedica ainda a estas tarefas numa roda vida.

Tudo isto vem a propósito das mudanças ocorridas ao longo das últimas duas décadas, as quais, basicamente, se traduzem pelo aumento dos produtores que comercializam o seu próprio vinho e pelo estabelecimento de regras apertadas por parte das associações aos pequenos produtores. É esta última questão que me preocupa. Naturalmente que o vinho do Dão terá de estar sujeito a regras bem apertadas, todavia esse processo não terá sido julgado com as necessárias cautelas, não por falta de tempo mas porque parece ter falhado a comunicação entre as partes. Nem esse processo arrancou na devida altura.

Muito provavelmente nos próximos anos os pequenos proprietários, já depauperados, vão deixar de produzir, o que é bom para aumentar a qualidade do vinho da região mas constitui o golpe final na frágil economia doméstica agrária. Sendo bem verdade que a vinha actualmente apenas dá despesa: o preço pago pelas uvas não compensa sequer o seu transporte. Mas isso impunha uma reconversão a tempo e horas das pequenas vinhas, ora, não sendo feito nada disso só resta ao agora agricultor de fim de tarde e de fim-de-semana arrancar tudo, excepto o que sustenta o seu consumo.

Foi bonita a Feira do Vinho do Dão mas mostrou exactamente esse outro lado: o vinho do Dão é cada vez mais uma actividade "industrializada" (salvo seja), com objectivos bem claros por parte de produtores conhecedores. A questão que se coloca é a de saber o que fazer aos pequenos produtores e o que podem eles fazer. Claro que não tenho soluções fora de tempo, isso teria de ser prévio. Por agora ficaria contente com a concretização do que sempre foi um desejo meu - a constituição do Museu do Vinho do Dão, já apenas como repositório de um modo modo de vida de outrora, para que as gerações futuras saiba que existimos com outras formas e outras cadências.

Naturalmente que não esqueço os pequenos proprietários, devem ser identificadas as suas dificuldades e devem merecer, principalmente, orientação técnica. Sem esquecer que a produção de castas não autorizadas deve ter uma atenção especial, não basta rejeitar as uvas, é uma vida ou pelo menos uma colheita que está em causa, não vamos por isso destruir as expectativas de quem deu o seu suor, só para seguir cegamente lógicas de marcado.

 

publicado por José às 13:09
Sexta-feira, 06 / 10 / 06

Novos desafios ao poder local

Poderia estar a falar sobre a polémica do momento, que coloca frente-a-frente as autarquias e o Governo por causa da nova proposta de Lei de Finanças Locais recentemente apresentada, todavia à escala local temos questões mais urgentes para tratar.

As notícias sobre o encerramento da fábrica da Johnson Controls em Nelas sugerem-nos enorme preocupação face ao futuro, não por ser esta empresa especificamente mas porque o concelho, sobretudo a vila, viu transferida nos últimos cerca de 15 a 20 anos a sua mão-de-obra da tradicional agricultura de subsistência para a actividade industrial e para os serviços. O risco de encerramento de novas unidades pode vir a colocar o concelho numa situação difícil , sobretudo porque não é fácil agora a reconversão dessa força de trabalho e porque esses investimentos são importantes para a região. O apelo que deixo é para os investidores nacionais, que sejam eles o garante do emprego e da estabilidade.

Inevitavelmente o problema exige uma resposta do poder local, sendo que nunca se está preparado para estas situações, faço votos para que a autarquia consiga respostas aos problemas que se levantam junto do Governo e da sociedade civil.

Nota posterior: de facto a transferência da mão-de-obra nos últimos anos foi sobretudo para os serviços, todavia nesse período instalaram-se algumas industrias ligeiras na região e era sobretudo a pensar que teci esse comentário. Não esqueço a grande indústria e os seus símbolos: com destaque para os altos Fornos em Canas, ou a indústria extractiva na Urgeiriça (mas obrigado pela observação).

publicado por José às 09:36
Quarta-feira, 04 / 10 / 06

Passado e presente a rolar

Nem a propósito, a descida com carrinhos da estrada das Caldas da Felgueira relembrou-me uma ideia de um artigo para o nosso Planalto que não cheguei a concretizar, também bem a propósito profissionalmente foi uma das centenas de matérias que estes dias passaram por mim. Refiro-me à questão (ou problema) do trânsito, nas suas várias dimensões, sobretudo tráfego , sinistralidade e estacionamento, sem esquecer o consumo energético, sobre a qual me debrucei já. Como se trata de um conjunto de matérias extremamente vastas fixo, pelo menos por agora, apenas num elemento mais estruturante, aliás, no elemento estruturante - nos dados sobre o parque automóvel nacional.
Peço desculpa pela qualidade do gráfico, foi a minha primeira experiência na inserção de fotografias após as alterações feitas no blog. O que o gráfico representa é a evolução do parque automóvel entre 1972 e 2005 em Portugal, apesar dos dados não ser verem como desejaria, embora se clicarem na foto podem ver um pouco melhor. O facto dos dados não se verem bem resulta da minha opção poderia ter agrupado as datas por intervalos mas quis deixar bem claro qual ou quais os momentos de maior transformação.


Embora não se veja devidamente, o que se pode concluir é que foi, basicamente após a entrada de Portugal na actual União Europeia, em 1986 (na altura denominada CEE) que o parque automóvel disparou, continuando a subir a pique praticamente sem parar, apenas desacelerando nos últimos anos como resposta a esta crise que não nos larga.

Se o gráfico apenas é indicativo os dados que seleccionei para o quadro (a escolha das datas foi aleatória) são praticamente assustadores, de 691 mil automóveis em 1972 deu-se um salto colossal para 5 523 270 em 2005.

Parque automóvel (1972-2005)
1972 691 000
1977 1 060 000
1986 1 605 000
1990 2 198 000
1994 3 237 000
1998 4 236 000
2002 5 138 000
2005 5 523 270


O valor é ainda mais assustador ao pensar-se que somos apenas 10 milhões de almas por estas bandas. Isto dá um carro para cada duas pessoas, sendo que muitos portugueses não possuem automóvel, é o caso, embora muita gente na nossa terra não entenda isso, olham a posse de automóvel como lugar de afirmação social, uma leitura que não se fica pela nossa terra.

Não tenho comigo os dados sobre o parque automóvel do concelho de Nelas, todavia o quadro seguinte dá conta do número de veículos no concelho de Nelas, comparativamente à região de Dão-Lafões.
 

Veículos automóveis vendidos no concelho de Nelas (2003-2004)
  2003 2004
Nelas 196 226
Dão-Lafões 4 303 3 987


 Apenas uma dezenas de automóveis podem não parecer nada, mas se a esta centena se adicionarem os que transitam dos anos anteriores temos um problema ou mesmo vários. No caso do Folhadal sem dúvida que a falta de estacionamento é um dos mais graves e as soluções não são imediatas, nem baratas.

Fontes:

INE - www.ine.pt

ACAP - www.acap.pt

 

publicado por José às 19:20
Terça-feira, 03 / 10 / 06

Mudei

Não que me sinta aliviado mas decidi mudar para os novos blogs, apesar das advertências, achei que o antigo formato estava gasto e não tinha tempo para proceder a mudanças de fundo, provavelmente algumas coisas são mais chatas, mas existem mais modelos disponiveis.

O anterior modelo está disponível em http://folhadal.oldblogs.sapo.pt/

publicado por José às 09:51
Segunda-feira, 02 / 10 / 06

Mudanças no blog?

Coloco uma interrogação pelo simples facto de não me sentir convencido que será esse o caminho, todavia penso não ter hipóteses de continuar assim. Falo da alteração nos blogs do Sapo, que rapidamente nos parecem obrigar a aderir a um novo produto, em parte mais complicado. Ainda vou fazer uns testes, mas o certo é que terei de fazer a migração para os novos blogs, o que em termos de aspecto pode melhor o blog, pode é não melhor a parte de edição, pois os novos blogs exigem uma página específica para alojamento de fotografias (só burocratas). Enfim, também não posso adiar mais, pois o blog tem já cerca de 45% do espaço ocupado, pelo que mais tarde ou mais cedo é algo inevitável.

publicado por José às 23:07
Domingo, 01 / 10 / 06

Mais uma triste notícia para o concelho e para o país

Apenas hoje tive acesso às notícias que dão conta do encerramento da fábrica da Johnson Controls em Nelas (e também a fábrica de Portalegre), além do drama para os directamente envolvidos está o prosseguir de um ciclo de encerramento e deslocação de multinacionais, usando argumentos de reestruturação. A questão que se coloca é de saber para que precisamos deste investimento estrangeiro, se anos depois nos deixa em piores condições?

publicado por José às 13:18
Blog do Folhadal e de todo o concelho de Nelas

Outubro 2006

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