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Sexta-feira, 29 / 07 / 05

Férias

Caros amigos e leitores do blog, em breve vou ter uns dias de férias, espero nesse período conseguir arranjar mais materiais para incluir no blog e se possível escrever mais uns artigos para o nosso Planalto, depois não tenho é net mas isso terá alguma solução. Boas Férias se for caso disso.
publicado por José às 16:24
Segunda-feira, 11 / 07 / 05

“Proibido vazar entulho” (in Planalto Julho de 2005)

Recupero um antigo artigo meu alusivo ao acumular de entulhos e outros resíduos no campo de tiro localizado na Estrada da Felgueira para voltar a falar sobre esta grave questão no nosso concelho. Reproduzo através destas linhas e destas imagens não apenas a reacção da altura, de que o título é um símbolo e a fotografia seguinte é um testemunho, mas a infeliz imutabilidade das consciências perante a necessidade de se cuidar do que é nosso e de se respeitar os outros. Certamente que não vou aqui limitar-me a transcrever o anterior registo, quem se der ao trabalho de recuperar o artigo neste nosso jornal pode facilmente relembrar esse instante, ou então bastará perder uns minutos na Internet e procurar no blog que dedico ao nosso Folhadal.
É com mágoa que verificamos que durante estes anos todos nada mudou, pelo contrário, as pessoas continuam de costas voltadas para a defesa do bem comum e os responsáveis políticos continuam a fechar os olhos às infracções, isto quando não são os seus serviços a “facilitar” essas infracções. A fotografia seguinte foi tirada no final de Junho deste ano de 2005. Como podem ver refere-se à entrada do campo de tiro, onde se pode ver a placa inicialmente lá colocada e um pequeno poste metálico que sustentava uma corrente de um lado ao outro da entrada, o que impedia os potenciais infractores de fazerem eventuais vazamentos de lixos, ou pelo menos afastava-os.

DSC02348.JPG

A fotografia não é clara, pois o objectivo foi apresentar na íntegra os elementos que se destacam logo à entrada do campo de tiro, onde a corrente desapareceu, o gancho que a suportava surge aberto, porventura num acto de puro vandalismo. Como agravante parece que alguém não perdeu tempo, já se podem ver pequenos montes de entulho. Seria bom se no momento em que for publicado este meu artigo a situação tivesse já sido reposta, tendo em conta que vão entretanto decorrer as festas da vila, o que pode implicar o uso do espaço. Seja como for, se não forem tomadas medidas tudo se repetirá mais tarde ou mais cedo. Infelizmente a dita Estrada da Felgueira é em partes do seu percurso um enorme vazadouro de entulho, em locais perfeitamente visíveis e rapidamente identificáveis, resultado de atitudes de uma insolência sem limites e uma falta de respeito atroz por parte de alguns.
Como tenho dito e repetido por diversas vezes, situações como esta têm, na minha modesta opinião, pelo menos duas soluções: 1.ª organização de uma forte campanha de informação por parte da autarquia junto das populações onde fiquem bem claros os destinos a dar a estes resíduos; 2.ª se a primeira solução não bastar existe sempre a possibilidade de aplicar multas exemplares. O problema é que de momento estas alternativas não podem ser aplicadas pela autarquia, pode até ter autoridade para o fazer, não tem é legitimidade, como veremos seguidamente.

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Embora tenha implicado um esforço adicional da minha parte dei-me ao trabalho de verificar em que estado se encontra a antiga lixeira de Vale de Madeiros. Agora que os lixos que produzimos todos os dias têm um destino único importava verificar com os meus próprios olhos qual a situação da antiga lixeira. Sabem que cuidados tem merecido? Nenhuns. A lixeira nunca foi devidamente selada, nem tão pouco mereceu a devida requalificação paisagística – uma situação que responsabiliza igualmente o poder central. Será que alguém será capaz de levantar o braço para dizer “Culpado!”. Chamam a isto respeito pelas populações? Quais populações? Relembro que o concelho não é apenas a vila de Nelas (nem o país é apenas Lisboa).
Escolhi uma fotografia específica pelo simples facto do país viver uma situação climática de extrema gravidade, o que aumenta o risco de incêndios. Imaginem os leitores este rastilho logo ali à soleira das suas portas. Sei que o rastilho é serpenteado com entulhos de obras (diria, resmas de entulhos), mas não me parece que sirvam de barreira à nossa indiferença. Não nos bastam os cães vadios a remexer tudo aquilo, corremos o risco das chamas não deixarem nem um resto de tijolo, ou as molas de um velho colchão ou seja o que for que se deite fora logo ali, esquecendo que existem locais indicados para o fazer. É mais do que tempo de cada um de nós assumir que não vive só neste planeta, nem pode fazer dele o que lhe apetece. É tempo de dizer: BASTA!
Sei que as minhas palavras não mudam antigas práticas, nem mentalidades imutáveis, ainda assim aqui deixo mais este alerta neste nosso Planalto. E faço-o consciente de que tenho como pano de fundo o combate político que já se sente e culminará com as próximas eleições autárquicas, da qual esperamos naturais mudanças. Como a minha luta não é a política volto a exemplificar com pequenas questões locais, sem qualquer intuito de ser eu a intervir nesse espaço do político, muito menos com a presunção de estar a produzir uma sociologia do quotidiano e muito menos de ser o único realmente interessado no futuro da nossa terra. Esta deve ser uma causa de todos e não uma mera obsessão minha. Aproveito para solicitar às elites da nossa terra para que assumam a sua responsabilidade social, uma responsabilidade da qual se têm genericamente furtado, como que deixando as pequenas lutas para os “peões” e como que esperando pelo momento certo para intervirem. É tempo de mostrarem que estão activas e que são apenas iguais.
Apesar deste relato negativo sobre uma situação muito grave para a imagem do concelho e em alguns casos com diversos riscos associados – saúde pública, de incêndio, entre outros – mesmo assim não quero perder a esperança. Tenho esperança que um dia surja uma dinâmica capaz de transformar meras reacções mecânicas, quando existem, em reacções planeadas, fazendo parte da normal gestão do município ou mesmo da freguesia. Naturalmente que essa dinâmica deverá ser impulsionada através da intervenção directa dos próprios cidadãos, pois é mais do que tempo de descruzarem os braços e se interessarem minimamente pela nossa terra.

José Gomes Ferreira
publicado por José às 09:56
Segunda-feira, 11 / 07 / 05

Srs. candidatos, promovam um período de quarentena urbanística (in Planalto, Junho? de 2005, sem fotos)

Alguns dos leitores podem declarar que perco a coerência com as palavras que tenho para dizer, não será por esse receio que vou deixar de as apresentar. Digo isto porque tinha deixado claro (e mantenho) que queria ficar longe da luta partidária que culminará com as próximas eleições autárquicas. Penso que a importância do tema justifica as minhas palavras, além do mais este parece ser o momento certo para agendar tão importante questão. Também é certo que não tomo posição por nenhum dos candidatos, nem aqui sou eleitor. A questão sobre a qual me vou debruçar desta vez é a da construção incessante de novas urbanizações. Perante a gravidade do problema urbanístico no concelho, à imagem de um país sempre em obras e praticamente sob jurisdição dos construtores, deixo o seguinte apelo aos partidos concorrentes às próximas eleições e aos membros que vierem a compor as suas listas de candidatos:
“Se forem eleitos decretem um ano de quarentena urbanística para novas urbanizações”.
Façam um favor a todos nós, sobretudo às gerações vindouras, coloquem essa intenção nos respectivos manifestos eleitorais com convicção. E os que forem eleitos pelo povo cumpram essa promessa e façam dela uma das principais bandeiras do vosso mandato. A seguir regulamentem-na com celeridade e façam-na cumprir. Se o fizerem revelam coragem política, bem como uma real intenção de mudar o rumo dos acontecimentos e o rosto da nossa terra.
O concelho começa a ficar mais do que farto da especulação urbanística, veja-se o mau exemplo da vila, por todo lado e em cada dia surgem prédios com todas as formas e feitios, situados nos locais mais incríveis. Alguns como que pendurados nas nuvens, sem qualquer preocupação de pormenor com a área envolvente. E em alguns casos em ruas onde mal chegam os bombeiros. Outros com cores e formas diversas, fazem lembrar peças de um puzzle disforme. Para agravar o problema alguns loteamentos parecem ter sido feitos numa folha de papel que depois alguém colocou no bolso. Veja-se o mau exemplo do bairro junto à estação de caminho-de-ferro (sensivelmente nas traseiras do quartel dos nossos Bombeiros). Que arruamentos são aqueles? Quais os critérios subjacentes a tais opções? São erros “antigos”, eu sei, mas é a esse tipo de erros que importa pôr termo de uma vez por todas. É bom que os decisores, técnicos incluídos, e as pessoas de uma forma geral, tomem consciência de que o progresso não se expressa através de indicadores de construção.
Estabelecer um período de quarentena para novas urbanizações trará diversas vantagens, inclusive à autarquia, que ficará com tempo para recuperar eventuais atrasos na concessão de novas licenças, dando mais tempo para avaliar processos que exijam maior demora. Melhor ainda, permitirá projectar com rigor o que se construir no futuro. Por conseguinte, colmatar os erros do passado e evitar que se repitam deve ser um nobre desafio a assumir pelos candidatos às eleições autárquicas, a ser levado devidamente a sério pela nova vereação. A quarentena ajudará a atenuar tamanha febre construtiva e fomentar, em vez disso, a recuperação das edificações existentes. Corrigir os erros, planear com tempo e reconstruir o património existente são três domínios da acção política local cuja tendência negativa vamos a tempo de reverter.
Naturalmente que é preciso travar a especulação, sendo certo que os preços actualmente praticados rondam os preços praticados em grandes cidades do litoral, com o consequente abandono de habitações mais antigas, enquanto isso, tudo o que era terreno agrícola produtivo é agora um amontoado de betão e ferro. Acredito que uma das maiores vantagens resultantes dessa quarentena será o de permitir dar maior atenção ao património urbanístico degradado, que assim pode ser recuperado em detrimento da opção pela construção de novas urbanizações. Nem me atrevo a tentar dar uma ideia do que se passa em cada localidade do concelho, nem tão-pouco a identificar as situações mais preocupantes, refiro apenas dois exemplos por terem sido dos últimos a encarar. O primeiro deles, embora ainda não sendo grave, representa exactamente aquilo que tenho dito – a construção de novas urbanizações e outras infra-estruturas facilita a não recuperação do património já existente. Refiro-mo à antiga pensão Mangas, no passado um dos centros nevrálgicos da vida de Nelas e que agora não passa de um conjunto de paredes praticamente em risco de cair, logo ali, no coração de uma terra como a nossa (Se os leitores bem se lembram já referi vezes sem conta a situação do antigo Ciclo Preparatório, que a cada dia definha e se decompõem).
O outro exemplo toca-me mais de perto, não porque o retirei dos escaparates de uma multiplicidade de exemplos que invadem o nosso Folhadal mas porque, como muitos leitores sabem, uma grande parte da minha vida passou por ali. Só não é hoje a casa de família por falta de acerto no negócio.


Essa habitação possui a arquitectura de uma habitação rural tradicional destinada outrora a famílias abastadas, um exemplar único na nossa terra. Este edifício ocupa dois pisos: o piso térreo para animais e todo o tipo de arrumações, porventura com adega (o seu uso não é “do meu tempo”); o outro piso seria exclusivamente de habitação, com uma enorme varanda sobre o terreiro. Toda a estrutura era feita com base em materiais da região, as paredes exteriores e as paredes-mestras ainda se podem ver, são do nosso melhor granito. As divisões eram feitas à base de madeira, barro, palha, pequenas pedras e eventualmente terra. Como a foto documenta tudo isto está em perfeita ruína, apenas se podem ver as paredes em granito, das quais sobressai uma Alminha do lado da Rua da Vala.
Srs. candidatos! Estes são apenas dois exemplos relativamente próximos de todos nós. Infelizmente não são exemplos únicos. Ao virar de cada esquina nos núcleos mais antigos de cada uma das nossas povoações observamos exemplos destes. Como reverso da medalha, a cada dia surgem novas urbanizações, porventura nem sempre necessárias, a ocuparem áreas com outras vocações mais meritórias. Perante estes factos lanço este apelo, faço-o em nome pessoal, pensando ir ao encontro de muitas vozes. Da Vossa parte, enquanto representantes do povo e responsáveis pelas decisões políticas a tomar, espero uma atitude firme e convicta sobre esta questão. Porque o futuro está em larga medida nas Vossas mãos, p.f. não decepcionem os eleitores, nem coloquem em causa as suas expectativas sobre um futuro melhor para os seus.

José Gomes Ferreira
publicado por José às 09:54
Segunda-feira, 11 / 07 / 05

Ameaça no parque! (in Planalto Maio? de 2005, sem foto)

Existem determinadas matérias que, pela sua delicadeza, não tenho vontade em abordar, nem gostaria de ter de o fazer. Todavia, pela sua gravidade, acredito que tenha alguma responsabilidade social em trazer estas notícias aos leitores. Entre as matérias que evito, tal como todos sabem está a política partidária, a religião, o futebol, entre outros, quer porque têm a ver com convicções que a cada um dizem respeito, quer por fazerem parte de uma esfera onde não pretendo intervir. Seja como for, estes exemplos são de relativa aceitação pública e perfeitamente enraizados em diversas culturas, cada um deles devidamente institucionalizado em praticamente todas as sociedades. Dai que falar deles ou não falar é apenas uma opção do sujeito que escreve.
O mau exemplo que trago com estas minhas palavras é do domínio da malvadez, da depravação e de uma conduta não apenas desviante, sobretudo profundamente reprovável. Estamos perante um daqueles exemplos que envergonham as sociedades ditas modernas, embora com um historial que acaba por ser também ele motivo de vergonha e de silêncio. Segundo o que me foi dito, num número anterior ao da publicação deste meu grito de alerta, a minha tia Eugénia fez a devida referência ao triste episódio, por esse facto não entro em pormenores, não posso é deixar de manifestar a minha indignação e a de todos nós, nem deixar de reforçar tudo o que possa já ter sido dito, dada a extrema gravidade do acontecido.
Antes de ir mais longe retomo as notícias sobre a recuperação do parque infantil do nosso Folhadal, a que o nosso Planalto já teve oportunidade de dedicar algumas palavras, eu próprio já o tinha feito, principalmente no blog que dedico à nossa terra. O momento imediatamente a seguir à recuperação daquela importante infra-estrutura para as nossas crianças foi de regozijo e até de algum orgulho, pois é também um exemplo de que somos cidadãos e somos reconhecidos pelos poderes públicos enquanto tal. Nos últimos dias os motivos para festejar a alegria das nossas crianças têm assumido formas de alguma revolta e de uma profunda tristeza e estupefacção por parte do povo anónimo.
As más notícias sobre a conduta sexual de algumas pessoas infelizmente não nos surgem apenas dos tablóides nacionais, onde desmascaram eventuais comportamentos privados obscenos e abjectos de algumas ditas figuras públicas. A pacatez da nossa terra (lamentavelmente com exemplos pelo mundo fora) foi subitamente interrompida com um tremendo burburinho suscitado pelo eventual aliciamento de uma ou várias crianças (bem) menores por um personagem retirada dos nossos piores pesadelos. Que espécie de homem é capaz de uma tal barbárie? Quem o trava? Quem coloca a salvo as nossas crianças? São algumas das questões que desde de logo se impõem e a que cabe dar resposta.
O meu maior afastamento de momento da nossa terra por questões profissionais não me coloca a par dos últimos desenvolvimentos. Pelo que tive conhecimento as autoridades competentes têm feito as suas diligências, não sei se as suficientes para que deixarem a população descansada. Não cabe na cabeça de ninguém ter um parque infantil novinho em folha e no momento do seu uso o povo descobrir, a vir-se a provar efectivamente, um verdadeiro monstro retirado das suas entranhas. Pois o alegado aliciador de crianças indefesas habita paredes-meias com o parque.
Entre os diversos temores da nossa parte um deles logo salta à vista: “Será possível que com a idade só agora aliciou crianças ou algumas delas têm ao longo de décadas guardado em sofrimento as suas depravações? É de todo conveniente as autoridades apurarem todos os factos e agirem de forma célere e discreta. Sem assumir qualquer pretensão em substituir a voz do povo humilde e respeitador desta nossa terra nesta ou outras matérias não deixo de apelar às eventuais vítimas para que não fiquem em silêncio, para que recorram às autoridades no sentido de as ajudarem a esclarecer algumas das questões. Poderá ser tarde para eles, no caso de existirem, mas o seu contributo poderá colocar um fim a toda esta angústia em que o povo agora vive.
Não deixo igualmente de apelar às autoridades para que, por um lado, procedam às necessárias investigações e conduzam o processo até onde deve ser conduzido (à responsabilização criminal do alegado agressor). E, por outro lado, para que vigiem o parque infantil e o alegado agressor, tomando todas as medidas que possam garantir que não se repitam tão horripilantes cenas. Naturalmente que cabe também ao povo agir, o povo tem de estar alerta para que tudo isso não se repita, para que não sejam destruídas vidas por causa de um acto monstruoso e ignóbil de alguém que parece revelar estar em profundo desequilíbrio. Não quero com as minhas palavras apontar o dedo a ninguém sem que a culpa seja formada, até ao momento tenho todos os motivos para acreditar nas nossas instituições e no papel que a cada uma está reservado.

José Gomes Ferreira
publicado por José às 09:52
Blog do Folhadal e de todo o concelho de Nelas

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